Trotes

  • 26/02 - Sexo Oposto Ok ; 26/03 - fantasia OK ; 30/04 - Profissão Ok; 28/05 - pijama Ok; 25/06 - copa do mundo Ok; 27/08 - Brega; 24/09 -artista; 29/10 -anos 60,70 e 80 ; 26/11 - crianças

Livros para Vestibular

  • Auto da Barca do Inferno , Iracema, O Cortiço , Capitães de Areia, Memorias de um Sargente de Melicias, A cidade e a Serras, Dom Carmurro e Vidas Secas

sábado, 13 de março de 2010

UNICAMP 2007 Para o dia 18.03

Carta argumentativa


RELAÇÃO DA AGRICULTURA COM O COMÉRCIO INTERNACIONAL


A produção agrícola afeta as relações de trabalho, o uso da terra, o comércio, a pesquisa tecnológica, o meio ambiente. Refletir sobre a agricultura significa colocarem questão o próprio modo de configuração da sociedade.

1) O AÇÚCAR

O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.

Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.

Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.

Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.

2) Se eu pudesse alguma coisa para com Deus, lhe rogaria quisesse dar muita geada anualmente nas terras de serra acima, onde se faz o açúcar; porque a cultura da cana tem sido muito prejudicial aos povos: 1º) porque tem abandonado ou diminuído a cultura do milho e do feijão e a criação dos porcos; estes gêneros têm encarecido, assim como a cultura de trigo, e do algodão e azeites de mamona; 2º) porque tem introduzido muita escravatura, o que empobrece os lavradores, corrompe os costumes e leva ao desprezo pelo trabalho de enxada; 3º) porque tem devastado as belas matas e reduzido a taperas muitas herdades; 4º) porque rouba muitos braços à agricultura, que se empregam no carreto dos africanos; 5º) porque exige grande número de bestas muares que não procriam e que consomem muito milho; 6º) porque diminuiria a feitura da cachaça, que tão prejudicial é do moral e físico dos moradores do campo.

(Adaptado de José Bonifácio de Andrada e Silva [1763-1838], Projetos para o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 181, 182.)

3) Uma parceria entre órgãos públicos e iniciativa privada prevê o fornecimento de oleaginosas produzidas em assentamentos rurais paulistas para a fabricação de biodiesel. De um lado, a parceria proporcionará aos assentados uma nova fonte de renda. De outro, facilitará o cumprimento da exigência do programa nacional de biodiesel que estabelece que, no Estado de São Paulo, 30% das oleaginosas para a produção de biodiesel sejam provenientes da agricultura familiar, para que as indústrias tenham acesso à redução dos impostos federais.

(Adaptado de Alessandra Nogueira, "Alternativa para os assentamentos". Energia Brasileira, nº 3, jun. 2006, p. 63.)

4) Parece que os orixás da Bahia já previam. O mesmo dendê que ferve a moqueca e frita o acarajé pode também mover os trios elétricos no Carnaval. O biotrio, trio elétrico de última geração, movido a biodiesel, conquista o folião e atrai a atenção de investidores. Se aproveitarem a dica dos biotrios e usarem biodiesel, os sistemas de transporte coletivo dos centros urbanos transferirão recursos que hoje financiam o petrodiesel para as lavouras das plantas oleaginosas, ajudando a despoluir as cidades. A auto-sufi ciência em petróleo, meta conquistada, é menos importante hoje do que foi no passado. O desafi o agora é gerar excedentes para exportar energias renováveis por meio de econegócios que melhorem a qualidade do ambiente urbano, com ocupação e geração de renda no campo, alimentando as economias rurais e redistribuindo riquezas.

(Adaptado de Eduardo Athayde, "Biodiesel no Carnaval da Bahia". Folha de S. Paulo, 28/02/2006, p. A3.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário